sábado, 7 de fevereiro de 2009

A janela

Certa vez, dois homes estavam seriamente doentes na mesma enfermaria de um grande hospital.
O cômodo era bastante pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo.
Um dos homens tinha, como parte do seu tratamento, permissão para sentar-se na cama por uma hora durante as tardes (algo que ver com adrenagem de fluido de seus pulmões).
Sua cama ficava perto da janela. O outro, contudo, tinha de passar todo seu tempo deitado de barriga para cima.
Todas as tardes, quando o homem cuja cama ficava perto da janela era colocado em posição sentada, ele passava o tempo descrevendo o que via lá fora. A janela aparentemente dava para um parque onde havia um lago.
Havia patos e cisnes no lago, e as crianças iam atira-lhes pães ecolocar na água barcos de brinquedo. Jovens namorados caminhavam de mãos dadas entre as árvores, e havia flores, gramados e jogos de bola.
E ao fundo, por trás da fileira de árvores, avistava-se o belo contorno dos prédios da cidade.
O homem deitado houvia o sentado descrever tudo isso, apreciando todos os minutos. Ouviu sobre como uma criança quase caiu no lago e sobre como as garotas estavam bonitas em seus vestidos de verão.
As descrições do seu amigo eventualmente o fizeram sentir que quase podia ver o que estava acontecendo lá fora...
Então, em uma bela tarde, ocorreu-lhe um pensamento: Por que o homem que ficava perto da janela deveria ter todo o prazer de ver o que estav acontecendo? Por que ele não podia ter essa chance?
Sentiu-se envergonhado, mas quanto mais tentava não pensar assim, mais queria uma mudança. Faria qualquer coisa! Numa noite, enquanto olhava para o teto, o outro homem subitamente acordou tossindo e sufocando, suas mãos procurando o botão que faria a enfermeira vir correndo. Mas ele o observou sem se mover...mesmo quando o som da respiração parou.
De manhã, a enfermeira encontrou o outro homem morto e, silenciosamente, levou embora o seu corpo. Logo que pareceu apropriado, o homem perguntou se poderia ser colocado na cama perto da janela. Então colocaram-no lá, aconchegaram-no sob as cobertas e fizeram com que se sentisse bastante confortável.
No minuto em que saíram, ele apoiou-se sobre um cotovelo, com dificuldades e sentindo muita dor, e olhou para fora da janela.
Viu apenas um muro...
"E a vida é, sempre foi e será aquilo que nós a tornarmos."
"As idéias inteligentes, às vezes, surgem nos mais estúpidos momentos."
"O sonho e a esperança são dois calmantes que a naureza concede ao ser humano."

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